segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Qual é o limite da loucura? Quer dizer, quando a gente a sabe que chegou? É diferente pra cada pessoa? Ayúdame!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Há de passar... Só!

Você já dormiu na minha cama
Já ouviu da minha música
Se aninhou nos meus braços
Me buscou na porta de casa
E disse que era de coração

Então por que?
Por que?
Foram três e somos dois
Três passam por nós
E apenas juntos podemos muito mais

Há de voar sozinho para perecer
Há de me encontrar só
para entender
Que não há nada que me remonte
Nenhuma fórmula ou argumento

Quando você me soltou
Tive de me sentar, parar...
Respirar e pensar...
E nessa hora eu...
Eu ainda nem interpretei

Menino-grande-amor
Homem do negócio
Me diz quando a minha ficha vai cair...
Se nossas experiências são tão desiguais
Então me ensina a enlouquecer contigo
Mostra o caminho que está fora do mapa

Só que você já enjôou da minha cama
Desligou a minha música
Agora recusa o meu corpo
E até hoje erra a entrada da minha rua
Não tem coração?

Mas por que?
Por que?
Se foram três e somos dois
Três passaram por nós
E juntos poderíamos ter ido muito mais

Há de voar sozinho para perecer
Há de me encontrar só
para entender
Que não me apaguei no olhar dos outros
Que não vou morrer aos poucos

E a gente ainda vai se ver
A gente se encontra
Numa nova plataforma
Numa noite de estranheza
Um passa pelo outro
E o outro apenas há de passar. Só!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

E quem não é?

Oh, Deus, que isso não exista!
Ele rodando na pista
de terno preto e amassado
o malabarista disfarçado.
Mexendo com o sentimento do povo
Fazendo sofrer tudo de novo

Com o cabelo seco e desgranhado
o pobre rapaz apressado
joga os fantasmas no ventilador
joga com a vida como na falta de amor

Quieto e introspectivo
com calma e espírito corroído.
Ele já não mais o que fazer
Se corre cansa
se chora não amansa

E como vai ser quando todo o ódio se expurgar...
do ser, do sentir
dos medos ali?
Amontoados e anis
desgraçado e infeliz.
Como que sem apego
como que sem sossego

Ele joga a vida pra cima
e apara com a outra mão
numa roleta russa
sem a mínima emoção

Jogando com ela que hora pode cair
hora pode seguir.
Hora cai
hora segue.
Já não está nem aí

Então vem o corte, o veludo
o sangue daquele pequeno escorrendo...
Pequeno ser que já foi, já era
Ora, ora... Simples quimera

Que era!
Que impera!
Que não supera!

A criatura que perdeu o sentido...
que se perdeu em volta do próprio umbigo

Agora sem abrigo
agora não querido
agora morto e enterrado
agora sofro por ter falado!

Que foi o que foi!
Que fez o que fez...
Que sempre será o desajustado

O que brincou de ser Deus enquanto pôde
e se perdeu no seu próprio ego...
Se perdeu em forma de adeus... Adeus!

Ah, deus!
E foi...
Foi-se...
Se...
Se houvesse outra chance...

sábado, 25 de dezembro de 2010

Feliz Natal

OUÇAM/VEJAM


Senhoras e senhores da turma de 2003:
Filtro solar!
Nunca deixem de usar o filtro solar!
Se eu pudesse dar só uma dica sobre o futuro seria esta:
usem o filtro solar!

Os benefícios a longo prazo do uso de Filtro Solar estão provados e comprovados pela ciência, já o resto de meus conselhos não tem outra base confiável além de minha própria experiência errante. Mas agora eu vou compartilhar esses conselhos com vocês...

Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude. Ou, então, esquece... Você nunca vai entender mesmo o poder e a beleza da juventude até que tenham se apagado. Mas pode crer que daqui a vinte anos você vai evocar as suas fotos e perceber de um jeito que você nem desconfia hoje em dia quantas, tantas alternativas se escancaravam a sua frente. E como você realmente estava com tudo em cima, você não está gordo ou gorda...

Não se preocupe com o futuro ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que pré-ocupação é tão eficaz quanto mascar chiclete para tentar resolver uma equação de álgebra. As encrencas de verdade em sua vida tendem a vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada e te pegam no ponto fraco as quatro da tarde de uma terça-feira modorrenta.

Todo dia enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo de verdade. Cante.

Não seja leviano com o coração dos outros. Não ature gente de coração leviano. Use fio dental. Não perca tempo com inveja. Às vezes se está por cima, às vezes por baixo. A peleja é longa e, no fim, é só você contra você mesmo. Não esqueça os elogios que receber. Esqueça as ofensas. Se conseguir isso, me ensine. Guarde as antigas cartas de amor. Jogue fora os extratos bancários velhos. Estique-se.

Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida, as pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam, aos vinte e dois o que queriam fazer da vida. Alguns dos quarentões mais interessantes que eu
conheço ainda não sabem.

Tome bastante cálcio. Seja cuidadoso com os joelhos. Você vai sentir falta deles.

Talvez você case, talvez não.
Talvez tenha filhos, talvez não.
Talvez se divorcie aos quarenta, talvez dance ciranda em suas bodas de diamante.

Faça o que fizer não se auto congratule demais, nem seja severo demais com você. As suas escolhas tem sempre metade das chances de dar certo. É assim para todo mundo.Desfrute de seu corpo, use-o de toda maneira que puder mesmo!! Não tenha medo de seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele. É o mais incrível instrumento que você jamais vai possuir.

Dance. Mesmo que não tenha aonde além de seu próprio quarto. Leia as instruções mesmo que não vá segui-las depois. Não leia revistas de beleza, elas só vão fazer você se achar feio

Dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez. Seja legal com seus irmãos. Eles são a melhor ponte com o seu passado e possivelmente quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro.

Entenda que amigos vão e vem, mas nunca abra mão de uns poucos e bons. Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficas e de estilos de vida, porque quanto mais velho você ficar, Mais você vai precisar das pessoas que você conheceu quando jovem.

More uma vez em Nova York, mas vá embora antes de endurecer. More uma vez no Havaí, mas se mande antes de amolecer. Viaje.

Aceite certas verdades inescapáveis: os preços vão subir, os políticos vão saracotear, você também vai envelhecer. E quando isso acontecer você vai fantasiar que quando era jovem os preços eram razoáveis, os políticos eram decentes e as crianças respeitavam os mais velhos. Respeite os mais velhos!! E não espere que ninguém segure a sua barra. Talvez você arrume uma boa aposentadoria privada. Talvez você case com um bom partido, mas não esqueça que um dos dois de repente pode acabar. Não mexa demais nos cabelos se não quando você chegar aos 40 vai aparentar 85.

Cuidado com os conselhos que comprar, mas seja paciente com aqueles que os oferecem. Conselho é uma forma de nostalgia. Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo, esfregá-lo, repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do que vale.

Mas no filtro solar... Acredite.
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Achei vários nomes pra composição original (que é inglês) mas não sei qual é o certo: Tim Cox e Nigel Swatson ou Mary Schmich ou Baz Luhrman e ainda Quindon Tarver
Adaptação em português: Pedro Bial

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Eu tenho amargado lembranças que eu queria tanto que fossem reais. Nós dois deslizando aos beijos pela parede. Suas mãos grandes deslizando fortes pelas minhas costas, subindo rumo ao meu pescoço como se fossem me esganar de tanto desejo. Meu mar, o que aconteceu a nós dois, hein? Como tanto querer tornou-se tão complicado de entender?

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Do começo ao fim

E foi assim quando o ví morrer na beira do mar. Nesse mesmo instante correu solto um vídeo na minha cabeça com todas nossas lembranças. Mas isso só não acontece quando você passa por um momento crítico e acha que vai morrer? Não é nessa hora que "a vida passa diante dos seus olhos"? Mas me dei conta que era tudo ao contrário. Tudo que já tínhamos feito estava sendo apagado. As pegadas dele iam sumindo, os copos usados... As mesas que antes tinham nossas duas refeições iam desaparecendo e restava apenas o meu prato.

Fiquei observando enquanto o corpo dele boiava e me pus a pensar se era para isso que dedicamos tanto o nosso tempo e todo nosso amor. Porque a vida leva mesmo e não adianta o quanto você queira o contrário. A vida não mima, não faz as nossas vontades. E lá estava eu... Diante da maior tragédia, da maior desgraça que já me acontecera. Não sabia se chorava, se apoiava a cabeça dele no meu peito, se gritava com Deus, se me jogava de um prédio.

Apenas tirei o corpo da margem e empurrei de encontro as ondas, elas seriam as mais sábias naquele momento. Chorei tanto ao ver aquela cena pensando no frio absurdo que ele deveria estar sentindo e que eu não estava lá para ajudar. Chorava mais ao pensar que nunca mais ele seria meu, que nunca mais o veria, que nunca mais saberia do seu paradeiro... Se está bem, mal, se precisa de alguma coisa. Ofereci naquela hora seu corpo a Yemanjá, se ela é mesmo a rainha do mar vai saber como cuidar do meu bem.

Minha vontade era de virar uma gaivota e voar o mais alto possível, até queimar minhas asas, até não mais existir. Aquela cena de filme, uma praia bucólica, uma paisagem desenhada por nosso Senhor e lá estava eu. Como que preso num espelho, sem conseguir me mexer, sem reagir. Sozinho... só em pensar já doía, tudo doía. Existir já doía. Doía ver o mar tragando toda a minha vida. Doía olhar para frente e não enxergar um fim.

Comecei a pensar num fim que fosse decente. O dia da minha morte... lembrei da telenovela "A Viagem", nessas horas a gente fica brega, desesperada. Me recordei do último capítulo, quando chegava a hora de partir da protagonista e de quando ela chegou no paraíso... A primeira a recebê-la foi sua mãe. Naquele momento isso foi reconfortante. Pensar que, quando finalmente me livrasse disso aqui, eu o teria a minha espera de braços abertos correndo pelos campos verdes para o nosso abraço.

Ví que de nada adiantaria esperar, que aquilo já era o fim e decidi pelo meu bem ir de encontro ao destino. Tirei o vestido bege de areia e fui entrando. Nesse momento passou novamente o nosso filme, só que dessa vez ele era a respeito de nós dois... Nós dois juntos. Me afoguei naquele dia com um sorriso no rosto. Não senti nada. Acordei e olhei ao redor... Havia um campo verde lindo onde todos passeavam, onde só haviam sorrisos. Levantei e comecei a correr e então o encontrei.

Ele olhou para mim e parecia que o meu coração tinha voltado a bater. Sorriu e seguiu em outra direção. Então eu percebi que estava no inferno. Todas aquelas pessoas não tinham nenhuma recordação de suas vidas. Ví que, da mesma forma que acontece na terra, ali eu teria que recomeçar do zero. O pior de tudo isso era vê-lo sem poder tocá-lo da mesma forma. O pior era não poder chorar, porque lá não era permitido. E acordei da cama e vim escrever isso.

Às vezes os sonhos ruins vem para nos conscientizar do quanto o tempo é curto aqui nesse plano, por isso escrevo isso. Porque amanhã, quando acharem essa carta, vão entender que nada vale a pena e que ficar por aqui só prolonga o nosso sofrimento. Nossos corpos serão encontrados nus e todos sujos de sangue. Nele um buraco na testa e em mim no coração. Nosso sangue vai fugir para se encontrar em nossas peles e então seremos um só. E nos jornais eles poderão colocar: Casal faz juramento de sangue e vive feliz para sempre.

FIM

domingo, 28 de março de 2010

Naquele momento em particular

Minha fundação foi abalada. Minha experiência e jeito verdadeiro de lidar com isso foi fugir. Minhas decisões em terminar estavam ultrapassadas. Eu fiquei na sala estremecida dentro de minhas botas. Naquele tempo em particular o amor tinha me desafiado a ficar. Naquele momento em particular eu soube não fugir novamente. Aquele mês em particular eu estava pronta para investigar com você. Naquele tempo em particular.

Nós achamos que dar um tempo seria bom. Por quatro meses nós nos acomodamos e vacilamos. pensamos que um pequeno tempo separados iria limpar as dúvidas que estávamos acumulando. Naquele tempo em particular o amor me encorajou a esperar. Naquele momento em particular isto me ajudou a ser paciente. Aquele mês em particular nós precisávamos de um tempo para descobrir o que a palavra "nós" significava. Naquele tempo em particular.

Eu sempre quis para você o que você sempre quis para você mesmo e eu ainda quis nos salvar de todas as maneiras possíveis. Eu ficava ignorando a ambivalência que você sentia e naquele meio-tempo eu me perdia. Naquele meio-tempo eu me perdia. Desculpe, eu me perdia... Desculpe. Você sabia que precisava de mais tempo... Tempo para passar só e sem nenhuma distração. Você sentia que precisava voar sozinho e bem alto para definir o que você queria.

Naquele tempo em particular o amor me encorajou a partir. Naquele momento em particular eu soube que ficar com você significava me deixar de lado. Aquele mês em particular foi mais difícil do que você poderia acreditar. Mas ainda assim eu parti. Naquele tempo em particular.

Alanis Morissette - That Particular Time (Under Rug Swept)
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Estava com essa música na cabeça desde o começo da semana. Não ouvia há anos e resolvi procurar a tradução. Alguma coisa sempre me puxava para o refrão que ficava tocando na minha lembrança e eu resolvi ouví-la para matar saudade. Tive um susto! Todas as coisas que eu passei no último ano e que voltam agora são ditas nessa canção. Tudo mesmo! Todas as coisas que acontecem na minha vida que as outras pessoas chamariam de coincidência eu vejo como aviso. Não sei se foi outra "coincidência" ter lembrado de That Particular Time nessa altura do campeonato, ainda mais sendo uma música labo B, que realmente só quem gosta de tal artista é que vai conhecer a música. Sei que isso me fez pensar mais e mais.