Oh, Deus, que isso não exista!
Ele rodando na pista
de terno preto e amassado
o malabarista disfarçado.
Mexendo com o sentimento do povo
Fazendo sofrer tudo de novo
Com o cabelo seco e desgranhado
o pobre rapaz apressado
joga os fantasmas no ventilador
joga com a vida como na falta de amor
Quieto e introspectivo
com calma e espírito corroído.
Ele já não mais o que fazer
Se corre cansa
se chora não amansa
E como vai ser quando todo o ódio se expurgar...
do ser, do sentir
dos medos ali?
Amontoados e anis
desgraçado e infeliz.
Como que sem apego
como que sem sossego
Ele joga a vida pra cima
e apara com a outra mão
numa roleta russa
sem a mínima emoção
Jogando com ela que hora pode cair
hora pode seguir.
Hora cai
hora segue.
Já não está nem aí
Então vem o corte, o veludo
o sangue daquele pequeno escorrendo...
Pequeno ser que já foi, já era
Ora, ora... Simples quimera
Que era!
Que impera!
Que não supera!
A criatura que perdeu o sentido...
que se perdeu em volta do próprio umbigo
Agora sem abrigo
agora não querido
agora morto e enterrado
agora sofro por ter falado!
Que foi o que foi!
Que fez o que fez...
Que sempre será o desajustado
O que brincou de ser Deus enquanto pôde
e se perdeu no seu próprio ego...
Se perdeu em forma de adeus... Adeus!
Ah, deus!
E foi...
Foi-se...
Se...
Se houvesse outra chance...
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