quarta-feira, 4 de maio de 2011

E quem não é?

Oh, Deus, que isso não exista!
Ele rodando na pista
de terno preto e amassado
o malabarista disfarçado.
Mexendo com o sentimento do povo
Fazendo sofrer tudo de novo

Com o cabelo seco e desgranhado
o pobre rapaz apressado
joga os fantasmas no ventilador
joga com a vida como na falta de amor

Quieto e introspectivo
com calma e espírito corroído.
Ele já não mais o que fazer
Se corre cansa
se chora não amansa

E como vai ser quando todo o ódio se expurgar...
do ser, do sentir
dos medos ali?
Amontoados e anis
desgraçado e infeliz.
Como que sem apego
como que sem sossego

Ele joga a vida pra cima
e apara com a outra mão
numa roleta russa
sem a mínima emoção

Jogando com ela que hora pode cair
hora pode seguir.
Hora cai
hora segue.
Já não está nem aí

Então vem o corte, o veludo
o sangue daquele pequeno escorrendo...
Pequeno ser que já foi, já era
Ora, ora... Simples quimera

Que era!
Que impera!
Que não supera!

A criatura que perdeu o sentido...
que se perdeu em volta do próprio umbigo

Agora sem abrigo
agora não querido
agora morto e enterrado
agora sofro por ter falado!

Que foi o que foi!
Que fez o que fez...
Que sempre será o desajustado

O que brincou de ser Deus enquanto pôde
e se perdeu no seu próprio ego...
Se perdeu em forma de adeus... Adeus!

Ah, deus!
E foi...
Foi-se...
Se...
Se houvesse outra chance...

Nenhum comentário: