terça-feira, 6 de maio de 2008

Memórias de Um Viciado

Minha razão não lúdica
Suspira pensamentos presos
Brisas leves aleatórias
Traços pulsantes neurais

Meu espaço está aberto
Entre dedos e dentes
Esperando carne quente
Pra acolher os ossos

Transmiti o mal
Como quem goza de prazer
Sem pudor e de olhos fechados
Esperando pelo cigarro derradeiro
Pra marcar a fogo e ferro

Explorei a luxuria
Como quem domina touro bravo
Não foram oito
Mas sim eternos minutos
Dopado de adrenalina
Me senti no leme do mundo

Meu intestino embrulha
Repulsa, remexe e grita
Com as doses exageradas
Dos goles de lama e ló

Sinto fome do branco
Me vendo ao verde
Me atiro aos pombos
Invado varais de roupas alvas
Depois repouso no teu peito

Acordo num deserto de nuvens
Em cima está a terra
Embaixo o céu
No meio a insanidade em pessoa
Despida de emoções

Sem preconceitos e preceitos
A giz, caravelas de formigas
Em alto mar à bordo de suas folhas
Por todos os lados
Sem nadar contra a maré
Deixando levar os seus ovos

Morrendo com cada decepção
De ver seu império desmoronar
com as patas cansadas demais pra correr
Apáticos o bastante pra deixar morrer
E achar que a falta de sono
É apenas insônia

5 comentários:

Daniela Andrade disse...

Ah, eu também gosto daqui [confesso que já frequento há algum tempo].

Seja bem-vindo e volte sempre que quiser.

=*

Cocão disse...

Handré F. 13 - drogado e prostituto

Paulo Victor disse...

legal esses raciocínios compactados aí.
tem muito a ver com tudo
q anda acontecendo.
em qualquer lugar pensável.
: ]

GiselleXL disse...

impérios desmoronados me lembram DOD.

=P

Fabiana Fonseca disse...

Que sensibilidade. Gosto daqui.