Minha razão não lúdica
Suspira pensamentos presos
Brisas leves aleatórias
Traços pulsantes neurais
Meu espaço está aberto
Entre dedos e dentes
Esperando carne quente
Pra acolher os ossos
Transmiti o mal
Como quem goza de prazer
Sem pudor e de olhos fechados
Esperando pelo cigarro derradeiro
Pra marcar a fogo e ferro
Explorei a luxuria
Como quem domina touro bravo
Não foram oito
Mas sim eternos segundos
Dopado de adrenalina
Me senti no leme do mundo
Meu intestino embrulha
Repulsa, remexe e grita
Com as doses exageradas
Dos goles de lama e ló
Sinto fome do branco
Me vendo ao verde
Me atiro aos pombos
Invado varais de roupas alvas
Depois repouso no teu peito
Acordo num deserto de nuvens
Em cima está a terra
Embaixo o céu
No meio a insanidade em pessoa
Despida de emoções
Sem preconceitos e preceitos
A giz, caravelas de formigas
Em alto mar à bordo de suas folhas
Por todos os lados
Sem nadar contra a maré
Deixando levar os seus ovos
Morrendo com cada decepção
De ver seu império desmoronar
com as patas cansadas demais pra correr
Apáticos o bastante pra deixar morrer
E achar que a falta de sono
É apenas insônia
.
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