sábado, 30 de maio de 2009

No meu caso a primeira reação é a que fica. A primeira reação tem sido apatia, tenho muito receio ao citar esse termo, porque já faz anos que não me sentia assim, como uma caixinha vazia. Um saquinho de refrigerante vazio jogado na avenida movimentada, e eu lá, no meu mundinho de plástico me sentindo apático. A diferença dessa vez é que eu não quero ninguém, não quero ver, falar e tampouco atender ligações. É por esse motivo que às vezes troco de chip, migro para outro número escondido, para não ser grosso, para não falar a verdade. Que seria, não suporto ouvir a sua voz hoje, nem a sua e nem a de ninguém! Eu quero ir pra um lugar e conversar apenas com um determinado número de pessoas, mas quem disse que eu sei onde raios fica esse lugar e quais são essas pessoas?

Em todo caso eu tenho me mantido vivo. Meu espiríto e corpo gritam para que eu fique em casa e adormeça... Só que eu não consigo fazer isso. A impressão que tenho é que faz anos que eu não saio de casa para me divertir e quando saio não sei o que fazer. Tenho me sentido muito nu, ando cansado de conversar sempre as mesmas coisas, de ter que expressar meu ponto de vista. Não, não... É o que menos quero. Até as coisas que me davam prazer já não servem, nem o canto, nem conversas sobre tal assunto e nem isso ou aquilo. Me transformei num monstro troglodita louco por comida. Quando minha mãe viajou sofri muito nesses aspecto, perdi 5kg e só agora, meses depois, é que recuperei o peso que estava antes... Que era bem novo, por sinal. Meu 1,76 de altura finalmente voltaram a comportar 65kg... 65 tímidos kilos que mal me satisfazem.

Olho para outros corpos querendo sugar toda aquela gordura. Querendo que da próxima que eu vá me olhar no espelho veja um cara que eu não ache ridículo, vendo alguém que eu não sinto o maior tesão. Dos males esse é o menor, esse é o menor. Ando sem paciência para brincadeiras, para gente estúpida e grossa, para a falta de respeito e de gentilezas. Costumo ser uma pessoa muito gentil, muito polida nesse sentido e não agüento vozes gritando ou quem passa pelo outro e não diz pelo menos um "oi". Cansei de ver o nascer do sol da minha janela, com um corpo zumbi que levanta e automaticamente vai parar na frente do espelho apenas para constatar o óbvio: minha cara está destruída. Nem mesmo mudando meus hábitos feio eu tenho me sentido melhor, muito pelo contrário, me falta algo, falta vida pusando nesse peito bruto. Falta endorfina, falta tudo.

Eu levanto no meio da noite da minha cama horrívelmente quente para ir a cozinha beber água e o medo e coragem me perseguem. Eu sei que há um fantasma no corredor, desde a minha infância, eu sei que ele vai estar lá e eu não quero vê-lo, mas ao mesmo tempo eu quero saber quem é. São tantas coisas pelas quais venho passando em silêncio, há tanta paz no inferno que estou passando que não sei dizer ao certo porque me sinto tão infeliz e mal amado. Já não quero mais o meu amor ex, já não quero mais nada, ninguém, mas me sinto perdido em meio a todo o lixo. Quero sumir numa noite dessas e ser encontrado sem saber quem sou... Quero me perder nessa minha loucura aparente. Eu só quero e nada consigo fazer, porque é muito querer sem saber do que eu realmente preciso agora. Quero paz e não sei o que é o silêncio.

3 comentários:

Anônimo disse...

o.O

Kaline Rossi disse...

eu sou uma ligadora agora e você não vai ter como fugir de mim.
=)

Mayara Montenegro disse...

Nessas horas acho que quem você quer encontrar é você mesmo.